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Veículos, droids e classes de prestígio no Star Wars Saga Edition

Veículos, droids e classes de prestígio no Star Wars Saga Edition: potência, profundidade e drama em sua campanha!


Por: Zamboman | 27/05/2025

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Return of The Lazy Dungeon Master

Continuando nossa série sobre o Star Wars Saga RPG, vamos avançar para os próximos capítulos do livro: Veículos, Droids e Classes de Prestígio. Afinal, o que seria de Star Wars sem os suas inúmeras naves, robôs com personalidade (e carisma) e as inúmeras variantes de um mesmo personagem?

Não deixe de ler os outros posts da série:

Star Wars Saga Edition RPG, o livro capítulo a capítulo – Capítulos 1 a 5

Os poderes da Força em Star Wars Saga Edition RPG – Capítulos 6

Star Wars Saga Edition – Destino, Equipamentos e Combate – Capítulos 7 a 9

Veículos (mas poderia ser somente Naves!)

Veículos sempre tiveram um papel de destaque em Star Wars. Desde a primeira perseguição em caças TIE até os confrontos em planícies geladas com AT-ATs, as naves e máquinas de guerra são mais do que cenário — são personagens silenciosos da saga. No Star Wars Saga Edition, o capítulo dedicado aos veículos dá corpo a essa presença marcante, oferecendo regras robustas para quem deseja explorar os céus, as estradas e o vácuo do espaço.

Neste capítulo, encontramos uma estrutura clara para pilotar, manobrar e batalhar com os mais variados tipos de veículos. Seja em perseguições urbanas como a vista em O Ataque dos Clones, com Anakin e Obi-Wan voando entre os arranha-céus de Coruscant, ou em uma ofensiva rebelde contra um destróier imperial em Rogue One, o sistema oferece ferramentas que permitem recriar — e expandir — essas cenas com autenticidade e fluidez.

As regras de escala, manobrabilidade, blindagem e armamento tornam os encontros com veículos estratégicos e perigosos. E o melhor: elas não dependem exclusivamente de combate. Jogadores criativos podem usar veículos para infiltrações, fugas ou até como “casa móvel” para suas campanhas, como a Razor Crest servia para Din Djarin em The Mandalorian. Com isso, o capítulo 10 se torna um convite para mestres explorarem terrenos novos — literalmente.

The Mandalorian Speeder Bike

Nem o Mandaloriano escapou de pilotar um speeder bike. | Fonte: Gentle Giant Ltd

Além das regras básicas para movimentação e combate, o sistema traz opções táticas importantes, como ações de copiloto, manobras evasivas, escudos direcionais e posições de artilharia, criando oportunidades para que todos os jogadores participem ativamente durante os confrontos com veículos. Essa estrutura coopera para que combates espaciais deixem de ser um “show solo” do piloto, e se tornem momentos de cooperação intensa — como vemos claramente na Batalha de Yavin em Uma Nova Esperança, onde cada piloto tem uma função crítica para o sucesso da missão.

Outro ponto forte do capítulo é a diversidade de veículos apresentados. Desde pequenos speeders ideais para patrulhas urbanas ou fugas rápidas, até enormes naves capitais capazes de abrigar escaramuças inteiras dentro de seus corredores — tudo está lá, pronto para ser integrado às suas aventuras. Para mestres que gostam de surpreender, incluir uma perseguição de speeder bikes em florestas como em O Retorno de Jedi ou uma emboscada em uma base imperial com a chegada repentina de um AT-ST pode virar a dinâmica de uma sessão em segundos.

Por fim, o capítulo também convida a personalizar os veículos, incluindo regras para aprimoramento e customização. Se personagens podem ter equipamentos únicos, por que não suas naves? Pense na Millennium Falcon, que à primeira vista parece uma sucata voadora, mas que sempre tem “um truque escondido na manga”. Jogadores mais criativos vão adorar usar isso como oportunidade de inventar melhorias e dar nome às suas próprias embarcações — criando vínculos quase sentimentais com elas, como Poe Dameron com seu X-Wing preto em O Despertar da Força.

Droids

Se há uma constante em Star Wars, além de sabres de luz e temas de John Williams, são os droids. C-3PO, R2-D2, BB-8 e até mesmo o ameaçador IG-11 se destacam como personagens complexos e indispensáveis para a narrativa. O capítulo 11 do Star Wars Saga Edition mergulha de cabeça nesse universo, apresentando regras que não apenas permitem que droids participem do jogo — mas que sejam protagonistas dele.

Criar um personagem dróide é uma experiência completamente distinta. Eles não comem, não dormem, não têm emoções humanas da mesma forma, e ainda assim são capazes de gerar conexões emocionais profundas — tanto com jogadores quanto com o público. Quem não sentiu um aperto no coração ao ver K-2SO em Rogue One sacrificando-se pela missão? Esse tipo de impacto pode ser explorado de forma mecânica e narrativa através das regras oferecidas neste capítulo.

O livro traz diversas opções de chassis, sistemas e módulos para criar droids únicos. Além disso, há regras para customização e modificação, algo que remete diretamente à forma como Anakin tratava seus próprios droids em A Ameaça Fantasma ou como Cal Kestis interagia com BD-1 em Jedi: Fallen Order. A relação entre orgânicos e droids, inclusive, pode ser usada como ferramenta dramática dentro da campanha — abordando questões de autonomia, lealdade e até consciência.

Droid K2SO em Rogue One.

O personagem que roubou a cena em Rogue One. | Fonte: StarWars.com

A riqueza do sistema de droids se revela tanto nas regras quanto nas possibilidades narrativas. Os jogadores têm acesso a uma variedade de chassis básicos, categorizados por funções (serviço, combate, diplomacia, etc.), que podem ser personalizados com dezenas de opções de sistemas, como braços modulares, sensores de longo alcance, blindagem reforçada ou bancos de dados avançados. Isso permite criar desde droids de suporte médico até assassinos implacáveis — como o temido HK-47 da série Knights of the Old Republic, que se tornou uma referência cult entre fãs e jogadores.

O jogo também trata das limitações dos droids de forma prática. Eles não se beneficiam de poderes da Força (exceto em casos muito específicos de campanhas criativas), mas compensam isso com sua eficiência lógica, resistência e capacidade de operar em ambientes hostis. Essa diferença pode ser usada para compor um grupo diversificado, onde o droid se torna o “cérebro da operação” ou o soldado silencioso que não hesita em seguir ordens — ainda que essas ordens envolvam explodir uma porta com todos dentro.

Narrativamente, os droids oferecem ganchos riquíssimos. A busca por identidade, a rebelião contra seus programadores, ou mesmo dilemas de obediência são temas que podem surgir facilmente. Em The Bad Batch, o episódio com AZI-3 mostra como até mesmo um droid clínico pode se sacrificar por lealdade, trazendo emoção e profundidade para o que, mecanicamente, seria apenas uma peça de equipamento.

Além disso, o capítulo inclui regras para mestres criarem NPCs droids, sejam eles aliados ou antagonistas. Um vilão que carrega uma mente cibernética ancestral ou um assistente técnico imperial que começa a questionar suas ordens podem servir como motores narrativos poderosos. Assim como R2-D2 carregava os planos da Estrela da Morte, um droid com a informação certa pode se tornar o pivô de toda uma campanha.

As Classes de Prestígio

Depois de tantas batalhas, missões e escolhas difíceis, chega o momento de transcender o ordinário. As classes de prestígio do Star Wars Saga Edition são a recompensa narrativa e mecânica para personagens que deixaram sua marca na galáxia. Jedi que superaram provas árduas, caçadores que ganharam reputação entre criminosos e nobres que alcançaram poder político — todos têm seu espaço entre as opções apresentadas no capítulo 12.

O sistema traz uma variedade de caminhos possíveis, como Cavaleiro Jedi, Mestre Jedi, Lorde Sith, Pistoleiro, Oficial, Senhor do Crime e outros — todos com pré-requisitos e benefícios únicos. Um exemplo marcante desse tipo de transição ocorre com Anakin Skywalker em A Vingança dos Sith, ao abandonar seu posto como Jedi para se tornar um aprendiz Sith. O sistema permite exatamente esse tipo de evolução: mecânica e dramática ao mesmo tempo.

Outro aspecto interessante é como essas classes ampliam o escopo da campanha. Um grupo que começa como rebeldes de rua pode, após muitas sessões, ter um Mestre Jedi, um Piloto Ás e um Soldado de Elite em sua formação — alterando completamente o tipo de história contada. Como visto em Rebels, os personagens crescem, ganham reputação e deixam de ser apenas heróis locais para se tornarem peças-chave na galáxia.

Chirrut Imwe em Rogue One.

Chirrut Imwe com certeza era um Adepto da Força. | Fonte: StarWars.com

Mais do que bônus e habilidades novas, as classes de prestígio oferecem significado. Elas dizem ao jogador e ao mestre que a jornada teve peso, que houve progresso, e que agora novos desafios — e novas responsabilidades — estão por vir.

As classes de prestígio funcionam como a coroação da jornada de um personagem. Elas não são apenas uma evolução numérica, mas a consagração de uma narrativa. O soldado que sobreviveu a incontáveis escaramuças pode agora se tornar um Soldado de Elite, com habilidades que o destacam no campo de batalha. Já o Jedi que enfrentou as tentações do Lado Sombrio pode finalmente alcançar o posto de Cavaleiro Jedi, recebendo novos poderes e responsabilidades.

Cada classe de prestígio exige pré-requisitos específicos — seja um nível mínimo, habilidades treinadas, ou feitos significativos conquistados em campanha. Isso torna o acesso a elas algo recompensador, que exige planejamento por parte do jogador e atenção por parte do mestre. O sistema incentiva que essas classes não surjam do nada, mas sejam acompanhadas por momentos dramáticos, como quando Ezra Bridger conquista a confiança de Kanan Jarrus em Rebels, abrindo caminho para seu desenvolvimento como Jedi.

Um aspecto interessante é que essas classes também ajudam a definir o tom da campanha. Um grupo com foco em diplomacia pode ver jogadores se tornarem Nobres Senadores ou Oficiais influentes da Aliança. Já uma campanha de intrigas criminais pode levar personagens a classes como Senhor do Crime ou Pistoleiro. Com isso, as classes de prestígio não só ampliam o leque de habilidades dos personagens, mas também direcionam a história para novos horizontes.

O Cyborgue Beilert Valance

Beilert Valance e sua busca por vingança. | Fonte: StarWars.com

Em termos mecânicos, as classes oferecem talentos e aptidões exclusivas, que se somam às adquiridas anteriormente. Isso significa que cada jogador pode esculpir um caminho único, criando personagens verdadeiramente distintos, mesmo que tenham começado na mesma classe básica. É a diferença entre um Jedi Padawan e um Mestre Jedi que já ensinou gerações — como vimos com Yoda em diversos momentos da saga.

Para o mestre, essas classes são uma chance de elevar o nível da campanha. Introduzir NPCs que ocupam essas posições — como Mace Windu ou o Almirante Thrawn — pode servir tanto como aliados quanto como adversários formidáveis. Eles mostram que o mundo é maior do que o grupo, e que há consequências reais para as ações dos jogadores.

Além do campo de batalha

Com esses três capítulos, o Star Wars Saga Edition deixa claro por que é uma das versões mais queridas por fãs de RPG e da saga. Veículos, droids e Classes de Prestígio não são apenas elementos de sistema — são parte da essência de Star Wars, transportada com fidelidade para a mesa de jogo. São esses detalhes que transformam um jogo bom em uma experiência inesquecível.

Nos vemos no próximo post onde vamos falar um pouco o universo (literalmente) de Star Wars, os inimigos e aliados para suas aventuras. Que a Força esteja com você!

Leia mais sobre:

Marcelo JK “Zamboman”

Jogador e Mestre de RPG desde a época em que os dinossauros caminhavam pela Terra. Fã de ficção científica, mestre de Star Wars Saga e mestre em tirar aventuras improvisadas da cartola.