World RPG Fest 2018: Dia 1
Confira tudo o que rolou neste primeiro dia do maior evento de RPG do Sul do país.
Por: marina | 16/09/2018
Como era de se esperar, a gente foi ao World RPG Fest e já estávamos batendo cartão às 10h. Bora conferir o que teve?!
O WRF2018
O World RPG Fest, ou WRF2018, acontece anualmente e esta foi a 11º edição do evento que rolou nos dias 15 e 16 de setembro, no Clube da Bola, em Curitiba. Para saber de mais detalhes confira as redes sociais: Facebook e Instagram.
Mas e o que tinha lá?
Como todo ano, não poderiam faltar as tradicionais “lojinhas”. Tinha miniatura, as principais editoras de RPG e pra quem curte acessórios, biscuit, canecas e artesanato com o tema de RPG, também tinha!
Fora as mesas de RPG oficiais do evento, é claro, as atrações principais foram o stand dos Jogos Retrô do Eddie onde bateu aquela saudade de jogar Super Mario.
No espaço da Octoplus com o Beat Saber, uma espécie de Guitar Hero com sabres de luz!!! Não sabe do que estamos falando? É isso aqui ó:
Tá, mas e os jogos e mesas de RPG?
Alguns stands ficaram cheios o tempo todo, então não conseguimos conferir todos os lançamentos e novidades que rolaram hoje (amanhã a gente consegue, tenha fé!). Porém, você já podia encontrar o tão esperado Império de Jade ( Jambô Editora), a edição de colecionador do Lankhmar (Retropunk), o suplemento a Terra de Aaa, para Hora da Aventura (Retropunk) e vários lançamentos da galera do Gentle Ogre.
O pessoal do Casa Velha RPG fez um vídeo bem legal das mesas que estavam acontecendo no evento:
Palestras do primeiro dia
Pudemos acompanhar algumas palestras que rolaram nesse primeiro dia do evento. Confere aí o rolou.
Influenciadores Digitais do RPG Brasileiro – Stephan Martin e convidados
Famosos desse nosso mundo estavam lá pra conversar sobre os desafios, dificuldades, lições aprendidas e negócios.
Em nossas stories no Instagram compartilhamos um pouco do que o pessoal conversou sobre produção de conteúdo de RPG pra internet.
Quem pode acompanhar a palestra viu o trabalho que da escrever, divulgar, editar e, principalmente, tornar o negócio rentável. Porém, tudo isso tem valido à pena, por estarmos influenciando, interagindo, estimulando e alimentando a sociedade com um conteúdo vasto e de boa qualidade sobre aquilo que tanto adoramos, o RPG.
Foi inspirador poder ver essas figuras:
Ricardo Mallen do grupo D30 RPG
Stephan Martins, da Ordem do Dado
Mestrando suas própria Mudança – Felipe Alvim (Vinzaum)
O Vinzaum, do Game Chinchila, já citado ali em cima, estreou sua palestra onde estimula que mestres mudem a forma como guiam seus jogadores.
Primeiro ele explica, citando até Elon Musk, que o RPG nada mais é do que uma simulação e o quanto essa simulação foi importante para melhorar algumas características pessoais. Ele contou, como o fato de interpretar personagens fez com que ele se sentisse mais à vontade para falar em público e principalmente, como o ajudou a ter mais empatia e, consequentemente, a melhorar suas sessões de jogo.
Atualmente ele está mestrando uma campanha política, onde os personagens são maus e os jogadores precisam interpretar essas características, concordando ou não com o regime político do império. E ele aprende e acha incrível como cada jogador, dentro daquele contexto onde são inseridos, conseguem pensar em soluções para combater um regime rígido e cruel.
Ele também contou sobre algumas experiências onde colocou seus jogadores para resolver problemas como fome e preconceito. Os jogadores dele são colocados passando fome durante dias e precisam reagir criativamente a isso, ou são colocados numa cidade ou num reino onde ninguém gosta / suporta eles, tudo isso para ver como eles vão reagir ao preconceito.
Felipe trouxe também, alguns dados sobre como cientistas e analistas estudaram comportamento, economia e resolução de conflitos analisando jogadores de World of Warcraft (WoW). Um exemplo bacana, foi que eles perceberam que Trolls infectados por uma doença contagiosa, iam para regiões com uma grande concentração de pessoas somente para transmitir a praga. Perceberam que com isso, houve um movimento natural para o “interior”, em regiões menos populosas. Transportando isso para o mundo real, cientistas comprovam o mesmo comportamento “de massa” em caso de desastres, como doenças contagiosas atingindo o mundo.
Fechando a palestra, ele comenta como a comunidade é muito boa para resolver problemas, trabalhar em equipe e enfrentar grandes problemas. Pois se está no jogo, é porque existe uma solução e existe como seguir em frente. Um bom exemplo citado algumas vezes, foi sobre como Thanos resolveu a falta de recursos na galáxia (e também na Terra): um simples estalar de dedos acaba com metade da população da Terra e os recursos não acabam. Só ele tem esse conhecimento, coragem e poder para resolver dessa forma, mas será que a melhor forma? Como os seus jogadores reagiriam num cenário desse? E é aí que empresas, estudiosos e cientistas usam e abusam do RPG, para simular situações reais e achar soluções plausíveis.
Como escrever um livro e como entrar no mercado – Guilherme Dei Svaldi e Karen Soarele
Então você quer lançar um livro, mas você sabe todos os processos envolvidos? Esse foi o tema central da palestra deles. Quais os processos e como você faz para tirar a ideia do papel e tronar aquele tão sonhado livro em algo real, e o mais importante, vendável/rentável.
Karen, que é autora do A Jóia da Alma, deu dicas de como vencer os bloqueios criativos e também de ferramentas que usa para organizar a escrita de um livro. Se você achava que era só sentar e escrever tudo num Word da vida… tem muito que aprender ainda.
O Guilherme compartilhou um pouco de como funciona o processo de busca por uma editora para publicação e dos desafios de investimento para quem quer se tornar um autor. Desafios esses que levaram a própria Jambô a ser a editora por trás dos vários títulos da linha Tormenta.
Saldo final do dia
Essa é a segunda vez que o Clube da Bola sedia o WRF e, infelizmente, três reclamações foram reincidentes sobre o local, que são:
Acústica: é muito difícil competir com microfone enquanto rolam palestras. Quem está jogando (mestres e jogadores) sofrem pra se comunicar nas mesas. Imaginamos que o melhor seria como o evento do ano passado, onde as palestras aconteceram em um local separado das mesas de jogo.
Local: não é o local mais acessível da cidade. Existem vagas na rua pra deixar o carro (não é o lugar mais seguro do mundo, mas sim, existem vagas) e não tem muitos pontos próximos, o que pode dificultar a vida de quem depende do transporte público.
Alimentação: a comida fica restrita aos lanches do local. Então ir para almoçar pode não ser uma boa ideia. Como o controle é pelas pulseirinhas, você pode sair e voltar na sequência, mas a região não oferece muitas opções.
Contudo, vale ressaltar um ponto muito positivo. Ano passado, sentimos que a organização deixou a desejar com relação a organização das mesas para jogar. Porém, esse ano as mesas estavam bem organizadas e com agendamentos antecipados.
Teve um pessoal reclamou um pouco que o horário das palestras atrapalhou um pouco o agendamento das mesas, mas em todos os eventos que tem atrações simultâneas, você precisa escolher o que vai fazer… sorry, a vida é cruel mesmo.
Mais pro meio da tarde o evento ficou bem mais cheio e as mesas ficaram lotadas. Haviam monitores da Jogarta, NPCs e Roleplayers organizando listas e facilitando para quem queria jogar. A equipe do WRF também divulgou nas redes sociais os horários e mesas planejadas do dia, facilitando o dia de quem ia só pra jogar uma determinada aventura.
Amanhã tem mais!
[ATUALIZAÇÃO]
Confira aqui como foi o segundo dia do evento.