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Vilões icônicos de D&D – Parte 1

Conheça os 12 vilões mais importantes de toda a história de D&D.


Por: Ghost | 10/04/2020

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Salve, salve, aventureiros!

Mais um dia, mais um dos nossos tão adorados posts com listas. Dessa vez colocamos aqui para vocês a parte 1 dos 12 Vilões (com V maiúsculo mesmo!) mais icônicos de D&D.

Os critérios que usamos não são 100% obejtivos (nem jamais poderiam ser), mas de forma geral escolhemos vilões que tenham provocado (ou estejam envolvidos) em grandes mudanças nos seus respectivos mundos (ou até mesmo em outros). Em geral eles são antagonistas de aventuras ou campanhas clássicas de D&D, e muitos deles dão as caras desde edições bem antigas do nosso jogo tão amado.

Não estamos nos prendendo a estatísticas de combate, então não se surpreenda se encontrar em posições mais baixas na lista um vilão com nível de desafio bem maior que outros que está várias posições acima. Estamos levando em conta a “popularidade”, o charme e a influência.

Ah sim! E apenas vilões únicos e inteligentes. Nada de raças (ou seja, não espere encontrar “os drow” na lista) ou bestas-fera sem controle (ou seja, o Tarrasque também está fora).

Então, sem mais delongas, vamos à lista!

12. Iuz, o Maligno

Na lanterna da nossa lista vem Iuz, o maligno. Hoje em dia ele anda meio sumido, mas já aprontou poucas e boas no mundo de Oerth.

Iuz chegou a ter um livro (Iuz the Evil) dedicado apenas à sua história, influência e poderes (bem como a descrição de seus domínios), publicado para AD&D 2ª Edição.

Iuz, o maligno teve até um suplemento pra chamar de seu. | Fonte: Pinterest.

É um semi-deus, filho de Graz’zt, um lorde demônio do Abismo com Iggwilv, uma bruxa humana. Acontece que essa bruxa fez o príncipe das Howling Hills (Colinas Uivantes, em uma tradução livre) pensar que Iuz era filho dele. Quando esse príncipe morreu, Iuz assumiu o comando de seu feudo e de seus exércitos. Em poucos anos no trono Iuz multiplicou a área do principado e, durante essa expansão, ele usava um ritual maligno para roubar poder e vitalidade de muitas vítimas capturadas entre seus inimigos derrotados. O aumento de seu poder somado aos rumores que começaram a surgir de que ele seria filho de um demônio e sua mãe seria uma necromante fizeram com que Iuz atingisse o status de semi-deus.

Em um determinado momento Iuz desapareceu. As legiões de orcs que lhe eram fiéis pensaram que ele tinha ascendido à condição de divindade completa, e começaram a adorá-lo como tal. Na verdade, Iuz havia sido aprisionado por Zagig Yragerne, um arquimago louco que estava, ele mesmo, em busca de se tornar um semi-deus, no Castelo Greyhawk. Iuz só seria libertado de seu cativeiro após 75 anos, por um grupo de aventureiros malignos ajudado por Mordenkainen.

Iuz seria novamente aprisionado por ninguém menos do que Vecna, o Lich, que queria absorver a alma de Iuz com o objetivo de aumentar seu poder. De fato, Vecna foi bem-sucedido, tornando-se uma divindade no processo. Em algum momento Vecna foi derrotado por aventureiros, com a consequente libertação de Iuz. O fato é que Iuz jamais esqueceu o ocorrido e por isso, Vecna segue sendo seu inimigo mortal até hoje.

Com isso Iuz renovou seus domínios, influenciando tribos bárbaras do norte e conquistando, com seus exércitos recém-reunidos, vastas quantidades de terras. Uma cruzada chegou a ser organizada com o objetivo de expulsar Iuz das terras do norte, mas cada um de seus membros terminou sendo massacrado e reerguido como morto-vivo.

 

11. Lolth, A Rainha das Aranhas

Lolth (também conhecida como Lloth, especialmente na cidade de Menzoberranzan), a Rainha das Aranhas e Rainha do Abismo de Teias Demonícas é a principal divindade Drow em Forgotten Realms.

Entretanto, isso nem sempre foi assim.

A Rainha das Aranhas era originalmente conhecida como Araushnee, deusa élfica menor do Destino, dos artesãos e dos elfos negros, diferentes dos Drow (nessa época eles nem existiam!). Além de tudo isso, ela era consorte de Corellon Larethian, o criador da raça dos elfos, que fique registrado.

Ocorre que, como em tantos outros casos assim, a ambição de Araushnee começou a crescer e ela começou a tramar contra Corellon. Primeiro em conjunto com Gruumsh (deus dos orcs e meio-orcs), e depois com Malar (o senhor das bestas, deus da caça), ambas sem sucesso.

A última tentativa de Araushnee contra Corellon envolveu um pequeno exército de deuses. Após uma batalha complicada, na qual Corellon terminou ferido, Araushnee tentou envenená-lo (fingindo que o veneno era água do Elysium, que deveria curá-lo). A tentativa foi impedida por Sehanine Moonbow (deusa élfica dos sonhos, filha e aliada de Corellon).

Após Corellon se curar de sus ferimentos, Araushnee foi submetida a julgamento. Sua pena foi uma combinação de exílio e sua transformação numa tanar’ri (como eram chamados os demônios em AD&D).

Inconformada com sua derrota e com a sentença, tentou mais uma vez matar Corellon, transformando-se em uma aranha monstruosa, mas novamente sem sucesso. Apesar de tudo, Corellon não a matou e acabou optando por permitir sua fuga. Depois do exílio, e agora utilizando o nome de Lolth, Araushnee conquistou um pedaço do Abismo, mais especificamente a região conhecida como Demonweb Pit (Abismo das Teias Demoníacas, em uma tradução livre).

Tendo assegurado seu domínio, Lolth voltou a conspirar contra Corellon. Como não podia atacá-lo abertamente, seu plano era ser adorada pelo elfos e assim trazer angústia para esse povo, atingindo o criador deles por tabela.

As maquinações de Lolth provocaram diversas guerras entre povos élficos, enquanto sua igreja ganha cada vez mais influência entre os elfos negros (calma! Ainda não são os Drow…). Após diversas dessas guerras, os outros elfos se uniram na Corte Élfica e invocaram o poder de todo o panteão da raça para amaldiçoar os elfos negros e transformá-los, assim nasciam os Drow. Todos, inclusive os inocentes e aqueles que nunca aceitaram Lolth, foram transformados (conta-se que antes da maldição os elfos negros não tinham os cabelos brancos). As forças combinadas das demais nações élficas perseguiram a nova raça formada e os expulsaram para o subterrâneo.

No início os Drow eram bastante primitivos, mas se espalharam pela Umbreterna (ou Underdark, no original), o dominaram e construíram grandes cidades, abrangendo um domínio que ocupa quase todo o subterrâneo de Faerûn.

Agora sim, os famosos elfos negros de D&D. | Fonte: DnD Wizards

Houve um evento em Forgotten Realms, que ficou conhecido como o Tempo das Perturbações. Nesse período, os avatares dos deuses andaram sobre Toril. Caso o avatar fosse morto, o deus equivalente também morreria e foi nesse período que Lolth ganhou mais poder.

Ironicamente, a Rainha das Aranhas assassinou o avatar de Zinzerena, a deusa do assassinato de um outro mundo, absorvendo todo o seu poder no processo. Posteriormente ela tornou seu domínio no Abismo um plano completamente independente e com isso, ascendeu a condição de deusa maior.

Atualmente Lolth não é a única deusa entre os Drow, mas é sem dúvida a divindade mais influente entre esse povo. Sempre maquinando, é muito difícil prever qual (e quando) será o próximo plano de Lolth para aumentar sua influência em Toril.

 

10. Kas, o traidor

Também conhecido como Kas de Tycheron; Kas, o terrível; Kas, o traidor; Kas, o odioso e Kas, o destruidor (dentre outros títulos), foi o lacaio de mais confiança do arqui-Lich Vecna (um nome que você verá outra vez nesta lista, pode ter certeza).

Kas era um guerreiro valoroso e dizia-se que era capaz entrar um campo de batalha, na mais completa desvantagem e mesmo assim sair, não apenas vitorioso, mas também sem um único arranhão em sua armadura. Essa habilidade em batalha atraiu a atenção de ninguém menos do que Vecna, que o convidou para ser eu general. Sedento por batalhas, ele aceitou com a condição que Vecna o apontasse para o campo de batalha e não desse mais ordens, até que a luta fosse vencida.

Os anos de lealdade e eficiência de Kas fizeram com que Vecna o presenteasse com uma espada poderosíssima, que ficaria conhecida como a Espada de Kas (sim, um dos artefatos mais famosos de D&D).

A influência de Vecna, entretanto, fez com que Kas abandonasse sua devoção a Pêlor (deus do sol e da cura) e se tornasse seguidor de Nerull, o deus da morte.

Durante a Batalha dos Mil Olhos, Nerull sussurrou para que Kas traísse seu mestre em troca de um favor divino. Kas, com sua sede de poder, aceitou e atacou Vecna usando a espada que havia ganho de seu mestre. O combate custou a mão esquerda e um dos olhos de Vecna, mas este terminou subjugando Kas.

Kas e sua eterna batalha contra Vecna. | Fonte: Pinterest.

Nerull decidiu mesmo assim conceder um favor menor a Kas. Sua alma recebeu força e velocidade, mas acompanhadas de uma insaciável sede de sangue, o que seria conhecido como a Maldição Vampírica. Kas foi o primeiro vampiro de Oerth (o nome do planeta que abriga o cenário de campanha Greyhawk).

Algumas versões ignoram a participação de Nerull. Dizem que o que transformou Kas em um vampiro, na verdade, foi o longo tempo que sua alma passou em contato com energia negativa no Plano Quasielemental das Cinzas, mas a versão do sussurro de Nerull parece mais factível, fornecendo uma motivação “razoável” para o traidor.

Após séculos preso aos domínios de Nerull, Kas conseguiu escapar construindo um Golem de carne e o imbuindo com a sua própria alma. De volta ao Plano Material Primário, espalhou fúria e destruição, tendo sido novamente derrotado no que ficou conhecido como A Batalha da Cidadela de Carne. A alma de Kas estava, finalmente, livre.

Mas não por muito tempo.

A malignidade do traidor despertou a atenção das Brumas de Ravenloft, e o vampiro recobrou a consciência como mestre do domínio de Tovag que, em uma mostra da ironia das Brumas, fazia fronteira com o domínio de Cavitius, cujo Lorde era ninguém menos do que o próprio Vecna. Travou-se uma guerra sem fim das tropas de Kas tentando recuperar sua espada da cidadela de Vecna, onde ele, erroneamente, presumia que a espada estava.

Quando Vecna finalmente conseguiu escapar de Ravenloft a explosão resultante destruiu tanto Cavitius quanto Tovag, e o corpo de Kas foi obliterado, reduzindo-o a um vestígio de alma perdido fora do espaço e do tempo.

Rumores recentes, entretanto, dizem que Kas de alguma forma sobreviveu à explosão e mantém um novo reino no semiplano do pavor.

Uma curiosidade: um Cavaleiro da Morte chamado “Kas, o mão sangrenta” servia Vecna no seu palácio em Ravenloft. Não se tratava do verdadeiro Kas, mas acreditava sê-lo, e servia Vecna como uma maneira de redimir sua traição.

 

9. Asmodeus

O lorde máximo dos Nove Infernos e senhor de todos os diabos, a forma original de Asmodeus era a de uma serpente com milhares de quilômetros de comprimento. Como tratava-se de uma forma pouco prática para se comunicar, Asmodeus tratou de criar avatares, sendo o mais comum deles uma forma humanóide com cerca de quatro metros de altura, pele vermelha e chifres, além de um carisma inesperado para alguém com essa aparência. A localização exata de seu corpo verdadeiro sempre foi um segredo muito bem guardado, e qualquer um que a descobrisse seria rapidamente morto.

Não há consenso sobre sua origem. Algumas versões estabelecem que ele já estava presente na aurora dos tempos, tendo surgido diretamente do Caos Primordial, juntamente com Jazirian (outra divindade da Ordem, porém benevolente, ao contrário de Asmodeus). Após uma briga entre essas duas divindades (durante uma disputa sobre qual seria o centro do Multiverso), Asmodeus caiu sobre o plano de Baator, quebrando-o em seus nove níveis e parando apenas ao chegar na camada conhecida como Nessus, que passaria a ser o local de seu trono.

Uma das representações de Asmodeus. | Fonte: Forgotten Realms Fandom

Baator, entretanto, não era um lugar desabitado. Asmodeus pessoalmente matou o que seria a “aristocracia” do lugar, tendo apenas um pouco de dificuldade para matar Zargon, o antigo governante, que continuava se regenerando a partir de seu chifre indestrutível, até que Asmodeus arrancou esse chifre e o jogou no Plano Material Primário.

Dizem que do sangue de seus ferimentos nasceram os primeiros Baatezu, nome com o qual os diabos eram conhecidos no AD&D 2ª edição.

O Julgamento de Asmodeus

Asmodeus, então, passou a tentar e corromper os mortais (especialmente humanos) e assim colecionar suas almas, em um modo de ação tão vil que enojou até os anjos, que por sua vez, terminaram por tentar condená-lo. O arquidiabo, então, solicitou que fosse feito um julgamento justo e que o juiz fosse uma entidade neutra. Os anjos concordaram e Primus, o imortal governante do Nirvana Tecnológico de Mecânus e entidade máxima da ordem e neutralidade, foi escolhido como juiz e tendo o acordo de ambas as partes.

O argumento de defesa de Asmodeus era que ele nunca tinha obrigado nenhum mortal a nada. Todos eles tinham a escolha de recusar sua oferta – sendo que havia, de fato, os que recusavam – e aqueles que a aceitavam não poderiam reclamar de cumprir sua parte no contrato.

Aqui cabe uma explicação: a coleta de almas tinha como objetivo final, aumentar as fileiras do exército dos Diabos em sua eterna Guerra Sangrenta (Blood War) contra os Demônios do Abismo.

Asmodeus também argumentava quando um mortal encontrava uma inconsistência no contrato que o invalidasse, isso era respeitado.

Os anjos apresentaram seus casos um de cada vez, o que rapidamente esgotou a paciência de Primus. Então o juiz disse que ouviria apenas mais um caso. Enquanto os anjos tentavam se organizar para ver qual seria esse caso, Zariel (então ainda um anjo de Celestia) passou por cima de todos, o que acabou por deflagar uma briga que se espalhou por todos os anjos presentes. Primus deu uma tremenda bronca em todos os anjos presentes pelo caos formado na corte e absolveu Asmodeus, considerando que ele tinha o direito de continuar coletando almas da maneira como vinha fazendo.

Zariel prosseguiu como observadora da Guerra Sangrenta, mas seu desejo de interferir no conflito chegou a tal ponto que ela simplesmente ignorou as ordens de seus superiores e desceu para lutar. Seu corpo quase sem vida foi resgatado por diabos a mando do próprio Asmodeus, que providenciou que suas feridas fossem curadas em Nessus e a nomeou como Arquidiabo de Avernus, a primeira camada dos Nove Infernos.

Asmodeus segue sendo o lorde máximo dos Nove Infernos, coletando almas dos mortais e acumulando mais e mais poder.

E então, o que achou dessa lista? Se você concorda, discorda ou sentiu falta de outros nomes, não deixei de comentar em nossas redes sociais. No próximo post traremos a segunda parte do artigo, com mais vilões icônicos de D&D.

Henrik “Ghost” Chaves

Henrik “Ghost” Chaves é fã de D&D (mas acha que a edição 3.5 foi a melhor de todas) e de tudo relacionado aos Mitos de Cthulhu. Música (rock), literatura (fantástica), cinema (pipoca) e boardgames (modernos) estão entre seus outros hobbies.