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Baú do Mestre | Dicas

O Kit do Jogador de RPG

O que você realmente precisa ter para começar a jogar PRG de verdade (ou não).


Por: Zamboman | 20/12/2018

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50 Plots para Aventuras de RPG

Vários RPGs tem seus Kits de jogo, geralmente compostos por livros, escudo, algumas fichas prontas e às vezes até um conjunto de dados. As famosas caixas básicas, nada mais são do que kits introdutórios ao sistema de jogo. Só o D&D teve várias delas, com direito a algumas caixas comemorativas inclusive.

Recentemente uma seguidora da nossa conta do Instagram enviou a seguinte pergunta:

“Como vocês imaginam ser o kit do RPGista, o jogador? E o do Mestre?”

Se voltarmos ao exemplo anterior, as caixas básicas podem ser consideradas, com certa ressalva, como um kit do mestre e do jogador também. Mas será que é só isso que temos?

Quando comecei a jogar RPG, tudo que eu tinha era a vontade de jogar. Só isso bastava, para mim na época. Meus amigos combinavam o dia, horário e local e eu simplesmente comparecia para jogar. Como geralmente a gente tirava a primeira sessão de jogo para montar os personagens, eu não precisava me preocupar em ter os livros, suplementos ou algum acessório comigo, pois o mestre já tinha tudo isso.

Ao final de cada sessão nosso mestre ficava com minha ficha e anotações, com medo que eu as perdesse (obrigado mestre!) e eu voltava para casa de mãos vazias. Meu contato com o RPG seria apenas na sessão seguinte. Porém, com o passar do tempo, só isso não bastava mais.

Eu sempre acabava esquecendo alguma coisa entre uma sessão e outra (quem nunca?!). Seja quais itens estavam com meu personagem ou como funcionava uma habilidade específica da minha classe.

O que acontecia com frequência é que eu deixava para ler sobre essas coisas no dia da sessão e, invariavelmente, acabava “perdendo” parte da diversão.

Com o passar dos anos, passei por várias mesas, mestres e RPGs diferentes. Conheci muita gente também. Era interessante ver como cada jogador (ou mestre) se organizava para a sessão de jogo. Algumas dicas eram realmente boas e uso até hoje.

O Básico

Kit do Jogador - Encontre um grupo

O primeiro passo é encontrar (ou montar) um grupo. | Fonte: Netflix.

Como eu havia dito lá em cima, para começar a jogar você precisa apenas querer jogar. Você não precisa ter um conjunto de dados maneiro ou comprar todos os livros de algum sistema. Não há nada de errado nisso ao meu ver.

Primeiramente procure por uma mesa e jogadores que aceitem você para uma partida, mesmo que seja um jogo descompromissado. Se você não experimentar vários estilos e passar por algumas mesas diferentes, como você vai saber qual estilo de jogo e de abordagem você gosta mais?

E lembre-se, assim como várias coisas na vida, o “não” você já tem. Logo, o que vier depois disso é lucro.

Montando o seu kit

Agora, se você já participa regularmente de algum grupo (presencial ou online), você pode ter alguns itens que podem tornar a sua jornada no mundo do RPG mais agradável.

Dados

Kit de Dados

Aprenda logo, dados nunca são demais. | Fonte: Pinterest.

Apesar de não ser um item obrigatório para jogadores, você pode ter o seu próprio kit de dados. Talvez esse seja o primeiro item que a maioria dos jogadores de RPG compra, mesmo antes de comprar um livro.

Hoje existem várias opções disponíveis para compra. As lojas especializadas estão mais acessíveis e opção na internet é o que não falta. Há 10 anos atrás a conversa era outra.

Não há uma quantidade certa para o número de dados que você deve ter. Um único kit com todos os modelos (D4, D6, D8, D10, D12, D20 e D10%) já são suficientes. E se você não tiver pressa em adquirir o seu kit, o Alixepress é uma boa pedida.

Caderno de Anotações

Caderno de anotações

Deixar as anotações em um único local facilita muito a vida. | Fonte: Imgur

Boa parte dos grupos pelos quais passei, usam folhas comuns para fazer suas fazer anotações e rabiscos sobre a aventura. Alguns levam consigo, enquanto outros deixam a cargo do mestre.

Sempre que possível eu uso um caderno pequeno para as minhas anotações, independente da aventura. Os motivos são basicamente 2: o primeiro, e mais óbvio, é perder as anotações (me julguem). O segundo é o fato de poder consultar posteriormente minhas anotações e ter elas de forma fácil e “organizada”. Dependendo da quantidade de sessões, o gerenciamento de papéis torna-se praticamente impossível, a não ser é claro que você use um fichário ou similar.

Fichas personalizadas

Fichas Personalizadas

Você pode usar as oficiais ou fazer as suas próprias fichas. | Fonte: r-n-w

Depois de um certo tempo jogando com o mesmo personagem, provavelmente sua ficha vai estar meio gasta e será preciso trocá-la por uma nova. Você poderia solicitar ao mestre uma nova, mas também poderia ter a sua própria ficha personalizada ou customizada para a sua classe.

Existem várias delas disponíveis nos sites oficiais das editoras ou na própria web. Uma busca rápida no Google e você vai encontrar muita coisa legal.

Quando eu jogava D&D 3.5, meu personagem favorito era um Ranger meio-elfo e um Bárbaro meio-orc. Para ambos eu tinha algumas cópias das fichas específicas para cada classe para usar sempre que necessário, sem ficar na dependência do mestre ou dos livros.

Livros Básicos

Livros em PDF

Comece com livros em PDF mesmo. Depois você pode ir investindo mais. | Fonte: Reprodução.

Dependendo do seu grau de engajamento com o sistema que seu grupo joga, pode ser que você sinta vontade de entender melhor como algumas mecânicas de jogo funcionam ou simplesmente para conhecer um pouco mais sobre as outras raças e classes. Seja qual for o motivo, você pode sim ter o livro básico do seu sistema predileto, mesmo que não vá mestrar (pelo menos a princípio).

Você não precisa investir na versão física, por exemplo. Compre primeiro a versão em PDF que é mais acessível e depois, se você realmente sentir necessidade, passe para o físico. Essa é, inclusive, um ótima maneira de conhecer outros sistemas sem gastar rios de dinheiro.

Cards (ou cartas) Resumo

Cards customizados

Essa versão é online, mas você pode imprimir e fazer os seus cards. | Fonte: Avribacki

Hoje, como mestre, eu costumo entregar aos meus jogadores pequenos cards com um resumo das coisas que eles podem fazer. Por exemplo, seu um dos meus jogadores vai jogar com um Clérigo Humano, eu faço pequenos resumos dos poderes disponíveis para a aquela classe, principalmente no que diz respeito à magias.

Isso facilita não só a vida do jogador como a minha de mestre, pois não preciso ficar parando a sessão toda vez para consultar os detalhes ou como funciona determinada magia ou habilidade. Para o jogador, esse artifício também o ajuda a lembrar tudo o que seu personagem pode ou não fazer em jogo.

Já passei por várias mesas que, ao final da sessão, alguns jogadores reclamavam que esqueceram de usar determinada habilidade anotada na ficha. Quando fiz os primeiros cards para minha aventura de Star Wars Saga, percebi que os jogadores tentaram usar suas habilidade especiais com muito mais interesse.

Apesar de ser um dica mais voltada para mestres, nada impede de você preparar o seu próprio conjunto de cards. E isso vale para qualquer coisa relacionada que o seu personagem sabe fazer ou que você usa com certa frequência em jogo, mas tem alguma mecânica mais complexa.

Espero que essas dicas tem sido úteis e ajudem você a começar a jogar RPG com o “pé direito”. Porém, lembre-se da regra de ouro do RPG: “Se você não está se divertindo, está fazendo isso errado”.

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Marcelo JK “Zamboman”

Jogador e Mestre de RPG desde a época em que os dinossauros caminhavam pela Terra. Fã de ficção científica, mestre de Star Wars Saga e mestre em tirar aventuras improvisadas da cartola.