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Baú do Mestre | Cenários

Pedra do Ingá – Um dos Lugares Mais Misteriosos do Brasil

A Pedra do Ingá, um lugar real, localizado no Brasil e com mistérios não revelados para você usar na sua sessão.


Por: Ghost | 23/09/2020

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Salve, salve, aventureiros!!

Hoje vamos com um post um pouco diferente. Já ouviram falar da Pedra do Ingá? Não? Pois ouvirão agora.

A Pedra do Ingá é um sítio arqueológico brasileiro localizado na Paraíba, mais precisamente ao lado da cidade de Ingá, que fica a pouco mais de 100 km da capital João Pessoa. Se você quiser se localizar melhor, separei aqui um link no Google Maps: https://goo.gl/maps/FVwp1Mmq2wvcpFj28

Mas não se trata de um sítio arqueológico qualquer. Trata-se de um dos mais importantes e estudados do Brasil e, ainda assim, um dos mais misteriosos.

Afinal, o que é a Pedra do Ingá?

É uma (dã!) pedra repleta de inscrições de diversos tipos. Há pelo menos 400 símbolos diferentes de uma escrita nunca decifrada. Também é chamada de Itacoatiara (que significa “pedra marcada” em Tupi).

Trajetos atá a Pedra do Ingá

Trajetos atá a Pedra do Ingá | Fonte: Google Maps

O que sabemos sobre ela?

Um dos poucos consensos é que as inscrições teriam sido talhadas com cinzéis de pedra há cerca de 6.000 anos. Além disso, muito pouca coisa. Alguns pesquisadores afirmam que se trata de algum tipo de escrita fenícia. Inclusive o padre Inácio Rolim que viveu durante o século XIX, e se não foi um dos primeiros a pesquisar a pedra, é o registro mais antigo que encontrei em pesquisas nos principais sites que a mencionam. Foi o primeiro sítio arqueológico brasileiro a ser tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 30 de novembro de 1944.

A pedra em si é dividida em três painéis, sendo que o maior deles tem quase 20m de largura, com altura variando entre 1 e 2,5m.

Há cavernas e outras pedras entalhadas na mesma região, mas nenhuma chega nem perto de ter a complexidade dos símbolos da Pedra do Ingá.

Pedra do Ingá em detalhes

Detalhe das iconografias encontradas na pedra. | Fonte: Wikipedia

Embora o significado da maioria dos símbolos seja bastante obscuro, é mais ou menos aceito que ali estão representados alguns corpos celestes (dois deles em especial sendo muito semelhantes à Via Láctea e ao Cinturão de Orion – que no Brasil é mais conhecido como As Três Marias).

Uma outra hipótese atesta que uma das funções da pedra seria como calendário, já que que os chamados “Pontos Capsulares”, um dos formatos mais repetidos nos entalhes. São em número de 114, e esse número multiplicado por 3 resulta em 342, que é quase  o número de dias de um ano solar.

(Nota do autor: os entalhes poderiam até servir de calendário, mas jamais da maneira descrita acima. Um calendário com apenas 342 dias ficaria defasado muitíssimo rápido – quase um mês por ano – o que o tornaria inútil para qualquer aplicação prática. Lembrando que a aplicação prática de calendários para povos primitivos era saber com antecedência as melhores épocas para plantar, colher, caçar e pescar.).

Como em tantos outros assuntos onde a ciência falha ao dar explicações concretas, tornou-se um prato cheio para “conspirólogos” de todos os tipos, especialmente ufólogos. Alguns dizem que os símbolos representam equações matemáticas complexas, apresentando distâncias entre corpos celestes.

History - Ancient Aliens

Sim senhoras e senhoras, já estivemos lá. | Fonte: Reprodução.

E como usar isso no meu RPG?

Rá! É aqui que queríamos chegar. Como praticamente qualquer lugar misterioso, as possibilidades de uso no nosso amado hobby são muitas:

Fantasia Medieval – A Pedra pode ser o registro de uma civilização antiga e há muito esquecida. Os escritos podem indicar a localização de tesouros guardados, de perigos na região, instruções de como convocar seres extra-dimensionais (os mesmos que teriam causado a extinção desta civilização? Ou teriam tentado salvá-la?).

Horror Moderno/Lovecraftiano (Chamado ou Rastro de Cthulhu) –  Os desenho na pedra contém as instruções para a  invocação de um dos Grandes Antigos. Um culto secreto vem atuando há décadas com base na capital paraibana, e conseguiu decifrar a escrita. A data propícia para o ritual será em breve, e outra oportunidade apenas daqui a 6 mil anos.

Qualquer um que ficar no caminho do culto (que tem tentáculos na cidade de Campina Grande, na própria Ingá e – talvez – até mesmo no Museu de História Natural que existe no sítio onde se encontra a pedra) terá que ser eliminado para garantir o sucesso do ritual. O mesmo pano de fundo poderia ser adaptado para uma sessão de Delta Green, talvez combinando com o plot Moderno/Investigativo (abaixo).

Cultos Inomináveis – Variante do plot anterior, mas com os personagens dos jogadores precisando agir discretamente para conseguir decifrar a pedra e invocar o Grande Antigo em questão em troca de poder ou favores. Conforme chegam mais perto de reunir as peças necessárias do quebra-cabeça, a polícia pode começar a apertar o cerco com investigações e batidas surpresa, furto de alguma denúncia anônima talvez.

Moderno/Investigativo (com uma pegada à lá Arquivo-X) – Os personagens jogadores são investigadores da Seção 18, divisão secreta da Polícia Federal que investiga casos sobrenaturais (uma versão tupiniquim dos Arquivos-X do FBI). Tem havido relatos de luzes misteriosas e desaparecimentos de pessoas na região de Ingá. Os agentes são enviados para investigar, mas até que ponto o governo brasileiro realmente quer que a verdade venha à tona? Um bom tempero nesse cenário seria colocar agentes disfarçados da ABIN contra os jogadores, e até mesmo insinuar ligações com autoridades norte-americanas (mensagens cifradas trocadas com o FBI?).

Henrik “Ghost” Chaves

Henrik “Ghost” Chaves é fã de D&D (mas acha que a edição 3.5 foi a melhor de todas) e de tudo relacionado aos Mitos de Cthulhu. Música (rock), literatura (fantástica), cinema (pipoca) e boardgames (modernos) estão entre seus outros hobbies.