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Review – Arte Moderna

Viva toda emoção de comprar obras de arte num leilão. Em Arte Moderna, você dá o lance.


Por: Ghost | 17/08/2017

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Mestre RPG

Reiner Knizia é um dos mais conhecidos designers de board games modernos. Entre os seus mais de 500 (sim, quinhentos!) jogos lançados estão clássicos como “Tigris & Euphratis” e “Ra“, além “O Senhor dos Anéis – O Confronto“, “O Hobbit – O Jogo de Tabuleiro” e “Formula Motor Racing“.

Hoje falaremos de um jogo que talvez não seja tão conhecido, mas é tão interessante quanto esses já citados (talvez ainda mais!).

Em “Arte Moderna” cada um dos jogadores assume o papel de uma galeria (ou museu) de arte, e a cada rodada são leiloadas obras de arte de cinco artistas diferentes.

O jogo utiliza, basicamente, a mecânica de leilões, mas a leva a um ponto raramente visto mesmo em jogos nos quais esse tipo de mecânica é central.

Os jogadores começam com um certo número de cartas (que representam as obras de arte) na mão. Esse número varia conforme o número de jogadores na partida. Cada partida tem quatro rodadas, sendo que dentro de cada rodada os jogadores se revezam como leiloeiros, colocando à venda as obras de arte que estão na sua mão.

Dou-lhe uma, dou-lhe duas,…

Arte Moderna - detalhes da caixa

Detalhes do conteúdo do jogo | Fonte: Ludopedia

Existem cinco modalidades de leilões (a modalidade é indicada na própria carta de obra de arte, ou seja, cada obra será vendida sempre na mesma modalidade):

Leilão Aberto – É a modalidade clássica, mais simples e, possivelmente, a mais utilizada em board games. O leiloeiro simplesmente apresenta a obra e cada jogador (incluindo o próprio leiloeiro), em qualquer ordem, vai subindo os lances, até que ninguém mais queira pagar mais do que está sendo oferecido.

Leilão de Oferta Única – Nesta modalidade cada jogador tem apenas uma chance de dar um lance (começando pela esquerda do leiloeiro e seguindo em sentido horário). Dessa forma se você for um dos primeiros jogadores a dar seu lance, e oferecer um valor muito baixo, o risco de perder a compra é altíssimo. Por outro lado, se jogar muito alto pode terminar pagando por uma obra muito mais do que ela vale.

Leilão Fechado – Neste caso cada jogador faz um lance secreto. Isso é feito colocando (em segredo, obviamente) o valor do seu lance dentro da mão (utilizando as moedinhas do jogo) e todos os jogadores o revelam ao mesmo tempo, levando a peça quem ofereceu mais.

Leilão de Preço Fixo – O leiloeiro anuncia o valor da obra e cada jogador (iniciando pelo à sua esquerda) tem a opção de comprar ou não a obra. Se ninguém aceitar pagar o valor o leiloeiro precisará fazê-lo para ficar com a obra (ou seja, ele não pode estipular um valor maior do que o montante que tem disponível).

Leilão Duplo – Nesta modalidade o leiloeiro tem a chance de incluir uma segunda obra do mesmo artista (mas com uma modalidade de leilão diferente). Caso o leiloeiro não possua uma obra com essas características ele deve passar a carta para o jogador à sua esquerda, que se torna o novo leiloeiro (caso ele também não possua uma obra adequada o processo se repete). As duas cartas são leiloadas juntas, na modalidade indicada pela segunda carta.

Pontuação

Arte Moderna - Detalhe da ficha de pontos

Até a ficha é uma obra de arte | Fonte: Ludopedia

Ao fim de cada rodada as obras são vendidas ao banco, por um valor que depende do quão popular o artista foi nessa rodada (e nas anteriores!), ou seja, quantas obras dele foram vendidas. Isso significa que um artista muito badalado no começo do jogo pode ter suas obras desvalorizadas.

Dessa forma o jogador vencedor não é aquele que consegue prever melhor o mercado, mas sim o que consegue manipulá-lo com mais eficiência, comprando obras por valores baixos nos leilões, mas garantindo que os artistas autores de suas obras permaneçam populares, possibilitando venda por altos valores ao banco.

No fim de quatro rodadas (ou temporadas) vence o jogador que tiver acumulado mais dinheiro.

Conclusão

Arte Moderna” é um jogo do estilo “fácil de aprender, difícil de dominar”. As regras podem ser explicadas em pouquíssimo tempo, mesmo para quem não está habituado a jogos de tabuleiros modernos. Outra vantagem é que as partidas não são demoradas, levando no máximo cerca de uma hora (podendo baixar esse tempo para coisa de uns 30 minutos, se todos já estiverem bem familiarizados com as regras, o que não costuma levar mais do que 2-3 partidas).

O fator de rejogabilidade é bastante alto mesmo dentro do mesmo grupo, mas ainda maior quando se varia as pessoas que o jogam, tornando um opção bem interessante de party-game.

Embora a dependência de idioma durante a partida seja zero durante muito tempo só foi possível encontrar versões importadas, com o alto custo típico devido ao frete e taxas de importação. A única exceção era uma edição brasileira lançada por volta de 2010 pela Odysseia Jogos Adultos (empresa que já fechou suas portas), mas como encontrava-se esgotada (e contava com uma arte muito bonita – é a versão que resenhamos aqui) terminava adquirindo altos valores em leilões.

Recentemente uma nova versão do jogo chegou ao Brasil pela Galápagos Jogos: Modern Art. Essa nova versão conta uma novo design em todo o jogo, mas a maior novidade fica por conta dos 4 artistas brasileiros que compõe o jogo.

Arte Moderna - Nova versão da Galápagos Jogos

Artistas da nova versão | Fonte: Galápagos Jogos

  • Tempo de jogo: 30-60 minutos
  • Jogadores: 3-5
  • Dependência de idioma: nenhuma
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Henrik “Ghost” Chaves

Henrik “Ghost” Chaves é fã de D&D (mas acha que a edição 3.5 foi a melhor de todas) e de tudo relacionado aos Mitos de Cthulhu. Música (rock), literatura (fantástica), cinema (pipoca) e boardgames (modernos) estão entre seus outros hobbies.